Zeca Baleiro

Bienal (cifrada)

Zeca Baleiro

Perfil


Intro: [ C7 | F | C | G | Bb | Dm Ab G | C ] C7 F desmaterializando a obra de arte no fim do milênio C faço um quadro com moléculas de hidrogênio G fios de pentelho de um velho armênio C cuspe de mosca pão dormido asa de barata torta C7 F meu conceito parece à primeira vista C um barrococó figurativo neo-expressionista G com pitadas de art-nouveau pós-surrealista C calcado na revalorização da natureza morta C7 F minha mãe certa vez disse-me um dia C vendo minha obra exposta na galeria G meu filho isso é mais estranho que o cu da jia C e muito mais feio que um hipopótamo insone C7 F pra entender um trabalho tão moderno C é preciso ler o segundo caderno G calcular o produto bruto interno Bb multiplicar pelo valor das contas de água luz e telefone Dm rodopiando na fúria do ciclone Ab G C reinvento o céu e o inferno C7 F minha mãe não entendeu o subtexto C da arte desmaterializada no presente contexto G reciclando o lixo lá do cesto C chego a um resultado estético bacana C7 F com graça de deus e basquiat C nova iorque me espere que eu vou já G picharei com dendê de vatapá C uma psicodélica baiana C7 F misturarei anáguas de viúva C com tampinhas de pepsi e fanta uva G um penico com água da última chuva C ampolas de injeção de penicilina C7 F desmaterializando a matéria C com a arte pulsando na artéria G boto fogo no gelo da sibéria Bb faço até cair neve em teresina Dm com o clarão do raio da silibrina Ab G C desintegro o poder da bactéria

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