Zico e Zeca
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Grileiro de Terra

Zico e Zeca


Comprei vinte e cinco alqueires
Bem lá no meio do mato
Fui coçar barba de onça
Picadas de carrapato

O sertĂŁo era grilado
Por valentões desiguais
Enfrentei o sol e a chuva
E bravios animais

Depois que eu plantei a roça
E fiz a minha casinha
Começou chegar jagunço
Pra tomar tudo que eu tinha

Me queixei pro delegado
Mas ele nĂŁo atendeu
Resolvi brigar com eles
E ficar no que Ă© meu, ai, ai

Eu fui muito ameaçado
Pra deixar aquele chĂŁo
Quiseram acabar comigo
Na bala, foice e facĂŁo

Mas a minha carabina
Era muito mais ligeira
Fiz jagunço comer fogo
Beber água na peneira

Enfumacei a baixada
Com a minha papo amarelo
Pra defender meu direito
Enfrentei muito duelo

Quem pisar no que Ă© meu
Grande risco vai correr
E se sĂł tem uma saĂ­da
Matar ou entĂŁo morrer, ai, ai

NĂŁo sou nenhum desordeiro
Pra sofrer tanta tortura
E também não sou posseiro
Tenho minha escritura

Derrubei muitos alqueires
No baque do meu machado
Fiz brotar tiguera verde
No lugar do meu roçado

Pulo cedo no meu eito
Tenho Deus e muita fé
Quiseram acabar comigo
Mas ainda estou de pé

Esses grileiros de terra
Tiveram uma triste sina
Mas eu defendi meu sĂ­tio
No coice da carabina, ai, ai

Compositores: Atenevil Victor de Oliveira (Taviano), Geraldo Aparecido Borges (Geraldinho)
ECAD: Obra #38720 Fonograma #856464

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