Zico e Zeca
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João Ninguém

Zico e Zeca


Peço licença pra contar a minha historia
Para isso solicito um momento de atenção
Fiquei viúvo com dez anos de casado
Com três filhinhas pequenas precisando proteção.
Faz tanto tempo que se deu isso comigo
Até hoje quando lembro, o meu pranto ainda cai
Eu lutei tanto pra criar as minhas filhas
Sofri muito pra fazer o papel de mãe e pai.

Depois de moça a minha filha mais velha
Se uniu a um moço rico de elevada posição
Daí a um ano a minha filha do meio
Também se casou com outro muito bem de situação.
Mas a caçula não teve a sorte das outras
Arranjou um operário, desses que marca cartão
Pobre menina iludida por amor
A um pobre João Ninguém, entregou o seu coração.

Passou um tempo, me senti muito mal
Procurei um hospital, assim me disse o doutor:
-Vai ser preciso uma operação urgente
Do contrário só um milagre salva a vida do senhor.
Vou me entregar as minhas duas filhas ricas
Mas sem ordem dos maridos não puderam me atender
Pra filha pobre eu nem vou pedir ajuda
O marido da coitada, mal fazia pra comer.

Mas a caçula soube e ficou quase louca
Foi na firma e o meu drama ela explicou
Na mesma hora ele procurou seu chefe
E o dinheiro necessário o patrão adiantou.
Fui internado e bem cuidado
Já estou recuperado, me sentindo muito bem
Não sinto mágoa de nenhum dos genros ricos
Mas eu devo a minha vida
Ao meu genro João Ninguém.

Compositores: Benedito Onofre Seviero (Benedito Seviero), Luiz de Castro
ECAD: Obra #35785 Fonograma #37476469

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