Enquanto o Trindade louvava o Divino. Surgiu um grã-fino num certo salão. Falando horrores com ares de troça. Da gente da roça que cuida do chão. Mais entre os presentes um moço que ouvia. Com diplomacia chamou-lhe atenção. Eu venho pedir-te se mau brasileiro. Que trate o roceiro com educação.
Jogando pra trás os cabelos compridos. Num gesto atrevido falou arrogante. Quem és ó caipira com esta roupança? Te dar confiança me é humilhante! Meu pai tem riqueza e na sociedade. Só faço amizade com gente importante. E quem te apóia caipira atrasado. Procura atestado de ignorante.
Respondeu o moço com educação. Vim ver o sertão onde fui criado Agora a verdade tem que vir à tona. Não me impressiona teu papo furado. Que vale essa estampa de rico fingido. Se és atrevido e mal educado. Sou pobre e humilde mais digo a verdade. Que na faculdade eu fui diplomado.
Respeito e defendo o nosso roceiro. Que ganha o dinheiro lavrando o chão. Sem deles coitados de alguns que enriquecem. E ás vezes se esquecem que comem feijão. Ouvindo esta frase toda a caboclada. Em fila formada apertaram-lhe a mão. E o moço grã-fino vencido bradava. Eu não esperava por esta lição.
Compositores: Gerson Coutinho da Silva (Goia), Jose Juliao Saturno (Juliao Saturno) ECAD: Obra #19365 Fonograma #257022