DESENREDANDO LINHAS (Linhas sobre todas as formas de ver...)
A linha do alambrado Nunca serviu para costura O trem só anda na linha Guiado por linha dura A linha do horizonte Na retina se segura E o índio fora da linha Caminha para a sepultura.
Quem anda na linha reta Não adentra em confusão, A linha que afunda na água Pousa na linha da mão. A linha deste meu verso, Agüenta qualquer tirão, Por ter rabicho cravado, Nas profundezas do chão.
A linha da folha branca Também alinha os escritos E falar por entre linhas, Fica o dito por não dito, Está na linha do rosto O semblante mais bonito Só não conheço a linha Que demarque o infinito.
Tem a linha imaginária Que reparte o hemisfério Também a linha da vida, Entroncada no cemitério Quando uma moça “Dá Linha”, O causo fica mais sério, Pois não há linha que prenda, O coração de um gaudério.
A linha dos alinhavos Faz rodilha num torçal Tem linha definindo raças No sangue de um animal, E linhas depois da vida Que fogem do natural, É a linha clara do bem Ou linha turva do mal.
Compositores: Severino Rudes dos Santos Moreira (Severino Rudes Moreira), Zulmar Benites de Oliveira (Zulmar Benitez) ECAD: Obra #3317046