Adoniran Barbosa

ProvÉrbios

Adoniran Barbosa


Muita verdade se esconde
Entre o céu e a terra
Cão que ladra não morde
Bom cabrito não berra

Minha terra tem curíntias
Onde canta o curió
Não tem nada mais gostoso
Que o pastel da minha vó

Pergunte ao velho colombo
Que também usava franja
Se galinha velha é boa
Ou é melhor sua canja

Muito trabalho ele teve
Você sabe como é
Botar um ovo é facil
Difícil é botar ele em pé

Tire o cavalo da chuva
Que depois o sol esquenta
Para curar um mau feito
Use chá e água benta

Mosca com boca fechada
E rato que roi a roupa
Sexta-feira dia 13
Panela velha dá sopa

Um gato que é escaldado
De água fria tem um medo
Ensinar o pulo do gato
Nem mais tarde e nem mais cedo

Teimoso como uma mula
É o canguru saltador
Aquilo que não tem cura
Só pode ser mal de amor

Não olhe os dentes do bicho
Se for um cavalo dado
Falar mal, bater no peito
Isso também é pecado

Pão de ló não deve dar
Pra quem dentes não tiver
Não discuta futebol
E nem bata em sua mulher

O macaco no seu galho
É preguiça o dia inteiro
Barata que é esperta
Não cruza o galinheiro

Periquito leva a fama
Papagaio come milho
O bolo não quer galocha
E o trem só anda no trilho

A galinha do vizinho
Fez isso a final de contas
Bota ovo amarelinho
Minhas quebradas são contas

Compositores: Joao Rubinato (Adoniran Barbosa), Rolando Boldrin
ECAD: Obra #85716 Fonograma #824783

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