Sim, Sou como as flores novas, Como aroma de brasa, Sou a bronca da chuva No telhado da casa
Sim, Quem me vê deste jeito Aparente um bruto, Não escuta meu peito Pra saber o que escuto.
Se sustento uma espada, Dizem logo que ofendo, Nunca me perguntaram De quantos me defendo.
Vivo neste jogo selvagem De um amor na cancalha, E assumindo a coragem De um herói sem medalha.
Se quando eu sinto esse corte Que mutila o carinho Como o sinal de morte Numa cruz no caminho Enfeitada de flores amarelas do ipê
Sinto um horror que se deita Truculento em meu peito E essa dor que se enfeita Agitando meu peito Nesse medo bandido de ficar sem você
"sim É essa a sinistra visão de mais não ver. É esse sufoco, Esse medo enrugado Que se faz desgovernado A correr por dentro de mim como princípio de morte. É esse corte me lanhando aos poucos.
Por isso, esse meu grito aflito. Essa falta de troca, Essa forma precisa Que me inferniza.
Esse nó de arame e fel, Toda essa coisa louca Que você coloca em minha boca Atingindo o céu.
A mesma boca que te canta o canto mais puro e doce que essa vida faz. Boca que xinga, grita e achincalha, Que te chama de meu bem, de canalha. Grosseira e áspera como o ananás: Agressivo por fora; por dentro, gostoso, puro e bom demais.
Eu sou mais ou menos assim.
E é por isso que mordo, sofro e berro, Com essa brasa que me ferra ao ferro, Nesta agonia que me faz sofrer. Não é nem medo de morrer qual nada, Ou de ter minhas mãos ou pernas decepadas. O único medo mesmo que tenho é o de te perder, é o de te perder, é o de te perder!"
Se quando eu sinto esse corte Que mutila o carinho Como o sinal de morte Numa cruz no caminho Enfeitada de flores amarelas do ipê
Sinto um horror que se deita Truculento em meu peito E essa dor que se enfeita Agitando meu peito Nesse medo bandido de ficar sem você
Compositor: Luiz Rattes Vieira Filho (Luiz Vieira) (SOCINPRO)Editor: Irmaos Vitale (SOCINPRO)Publicado em 2024 (02/Abr) e lançado em 1989 (01/Ago)ECAD verificado obra #463450 e fonograma #313336 em 29/Out/2024 com dados da UBEM