Vivemos sempre sem pedir licença Cantávamos cantigas proibidas Vencemos os apelos da descrença Que não deixaram mágoas nem feridas Clandestinos do amor, sábios e loucos Vivemos de promessas ao luar Das noites que souberam sempre a pouco Sem saber o que havia para jantar
Mas enquanto olhares para mim eu sou eterna Estou viva enquanto ouvir a tua voz Contigo não há frio nem inverno E a música que ouvimos vem de nós Vivemos sem saber o que era o perigo De beijos e de cravos encarnados Do calor do vinho e dos amigos Daquilo que para os outros é pecado
Tu sabias que eu vinha ter contigo Pegaste-me na mão para dançar Como se acordasse um sonho antigo Nem a morte nos pode separar Nós somos um instante no infinito Fragmento à deriva no universo O que somos não é para ser dito O que sente não cabe num só verso
Enquanto olhares para mim eu sou eterna Estou viva enquanto ouvir a tua voz Contigo não há frio nem inverno E a música que ouvimos vem de nós