Quer o destino que eu não creia no destino E o meu fado é nem ter fado nenhum Cantá-lo bem sem sequer o ter sentido Senti-lo como ninguém, mas não ter sentido algum
Ai que tristeza, esta minha alegria Ai que alegria, esta tão grande tristeza Esperar que um dia eu não espere mais um dia Por aquele que nunca vem e que aqui esteve presente
Ai que saudade Que eu tenho de ter saudade Saudades de ter alguém Que aqui está e não existe Sentir-me triste Só por me sentir tão bem E alegre sentir-me bem Só por eu andar tão triste
Ai se eu pudesse não cantar "ai se eu pudesse" E lamentasse não ter mais nenhum lamento Talvez ouvisse no silêncio que fizesse Uma voz que fosse minha cantar alguém cá dentro
Ai que desgraça esta sorte que me assiste Ai mas que sorte eu viver tão desgraçada Na incerteza que nada mais certo existe Além da grande certeza de não estar certa de nada
Ai que saudade Que eu tenho de ter saudade Saudades de ter alguém Que aqui está e não existe Sentir-me triste Só por me sentir tão bem E alegre sentir-me bem Só por eu andar tão triste
Ai que saudade Que eu tenho de ter saudade Saudades de ter alguém Que aqui está e não existe Sentir-me triste Só por me sentir tão bem E alegre sentir-me bem Só por eu andar tão triste
Compositor: Pedro Alexandre da Silva Martins (Pedro da Silva Martins) ECAD: Obra #16791174 Fonograma #13346053