Dinheiro... Quem não quer dinheiro? Sempre ouvi meu pai e minha mãe falar pra eu trabalhar E juntar bastante dinheiro pra não sofrer Falavam pra eu escolher meu futuro Escolher um caminho certo Acabei escolhendo errado Como é que eu vacilar assim e jogar tudo pro alto? Cada um pega uma trilha E eu fui pela trilha oposta a da minha família To aqui tremendo Querendo acreditar naquela história de salvação Mas como? Com um fuzil nas costas e uma automática na mão... Droga! Planejei tudo certo Horários, filmei o gerente, estudei a agência Decorei cara de caixa, vigia tudo que era funcionário Escolhi um armamento pesado 4 minutos, já era... Tudo vai tá acabado
Ninguém se mexe! Deita todo mundo agora! Um movimento errado e... BUM! Cabeça estoura (Mas pera aí... Por que essa marra? É só pegar a grana e sair fora) Não, seu vacilão, você tem que impor (Meu Deus! Não, por favor!) Cala boca senão eu te encho de bala Te mando pro saco, Doutor Pro chão! Fica aí onde você sempre me deixou Sem escolha, só a rua e a maconha (Não, mas pera aí... Eu tinha escolha, minha mãe sempre me matriculou na escola Minha casa era pequena, mas minha infância... Huuu! Foi da hora) Mas nada disso importa agora É hora da tensão, vamos em frente Eis aqui o terror em forma de gente
Maldito gerente, abre o cofre senão te quebro os dentes Sai da frente Deita, velha, pro chão É um três oitão contra uma automática Nem se coça, guardinha Num atravessa na minha Eu não vou pensar duas vezes pra deixar seus filhos orfãos Vai ficar bonito você de herói deitado num caixão Seus pivetes na favela e sua mulher na fila da pensão (Hum... Mas eu também tenho um pivete Se eu não voltar pra casa, na vida ele se perde) Mas eu vou voltar, e voltar montado na bagaça Comprar tudo, comprar jóia, carro, casa Dinheiro vai me dar asas Minha mulher nunca mais vai reclamar Chega de comer ovo ou miojo na hora do jantar Se vier só as de cem eu vou me dar bem
(Putz! Chegou a polícia pra tudo que é lado) Como é mesmo aquela oração que eu já devia ter decorado? Ferrou! Barulho de vidro quebrado Vem se aproximando vários mascarados Esse barulho eu conheço É de revolver sendo engatilhado Nem um último desejo antes dos tiros Um abraço nos meus pais, um beijo na minha mulher e nos meus filhos To indo sem nada disso Pus o fuzil no chão Joguei a automática de lado, vou sozinho Pela minha mão sangue inocente não vai ser derramado Eu conheço o esquema É melhor se ajoelhar pra ser algemado Que bom, o banco tá sendo evacuado Um pacto com o demônio me tira daqui Uma prece a Deus e eu vou poder dormir Por que não pedir perdão dos meus pecados? Afinal, to mesmo condenado Caramba, que que eu to fazendo aqui? Se minha mulher souber disso vai ter um treco Minha mãe então, não vai suportar outro derrame Fui sem sorte, do cofre nem cheguei perto Tem polícia descendo até do teto E eu sem passagem Essa é a primeira e última vez que eu assaltei Há! Que bom, pelo menos daquela oração agora me lembrei (Pai nosso que está no céu, santificado seja o Seu nome Venha nós o Teu reino, seja feita a Tua vontade Assim na terra como no céu O pão nosso de casa dia nos dai hoje Perdoai as nossas dívidas, assim como perdoamos nossos devedores Livra-nos do mal e não nos deixai cair em tentação Porque Teu é o Reino o poder e a glória para sempre Am...)
Pô irmão, será que vale a pena mesmo viver essa vida aí?
Cê quer dinheiro? BUM! Aí está seu dinheiro Cê quer as jóias? BUM! Aí estão suas jóias Cê quer a fama? BUM! Aí está sua fama Cê quer a grana? BUM! Aí está sua grana
Compositor: Luciano dos Santos Souza (Pregador Luo) ECAD: Obra #11122450 Fonograma #892206