Apocalipse 16
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Caia Por Terra

Apocalipse 16


A cada bumbo que bate e caixa que bate, me bate no
peito
Me lembro do gueto, dos brancos e dos pretos
Que acorda, que dorme, que corre com medo
Que vive o sacode, que faz o que pode
Imagino se fosse comigo
Te ligo, te digo que te quero vivo
Cuidado, amigo, com RAP bandido
A rima não é brincadeira
Caneta é arma que não cospe fogo
Cuidado com o povo, cuidado com o jogo
De novo os moleques tão indo pro poço
Pagando do troco que os manos não enxergam
Que sangue, não querem saber
Os moleques tão lá na FEBEM, eu vi lá
Anos pra pegar, nada pra fazer, nada pra dizer, não
tem proceder
Embalo de louco que é feio de ver
Cadê sangue bom que se diz irmão?
Papo de ladrão, tudo ilusão
Que se dane você, não pensam em você
Se não pensariam no que escrever
Não querem saber o que vão dizer
Não amam você, odeiam você...



{Luo}:
Queria que fosse diferente, que os manos fossem
conscientes
Fizessem jus ao sangue de Jesus e não quebrassem a
corrente
Mas é deprimente ver minha própria gente se matando
assim
Pode crer, vá por mim, pois o fim virá assim
Pela maconha, pelo álcool que é pregado
Morte ao salário do pecado, quem crê não é julgado
Quem não crê tá condenado
Eu sei, você não é culpado, culpado é o MC chapado
Que não é teu chegado, que te deixa de lado
Paga pau pra ladrão, vacilão
Isso me dóI, trabalhador agora é trouxa e bandido é
herói
Mas não, aqui não, sem essa de bom ladrão
Réus não entram no Céu
Réus provaram o gosto do fel
O reino dos Céus não é pra facínora
O reino dos Céus não é pra traíra
Que apodreça a mão de todo otário que atira...

[refrão] Caia por terra
Você, sua mentira, seu jogo e sua farsa
Caia por terra
Vai aprender a temer a Deus e às Sete táças
Caia por terra
Sua arma, seu ódio e sua cara
Quem não é por nós, é contra nós
Se Deus é por nós não estamos sós?.



Se morresse no gueto os brancos e os pretos
Que os caras relatam nas rimas
Tem disco que mata entre tiro e garrafa
Mais que a bomba de Hiroshima
Só quer o que vende, o que dá ibope
Tem rádio que pede pra falar de Glock
Revolver e morte é idéia forte
E quem não concorda é tirado de loque
Você não enxerga, você é quem roda
Na porta do baile quem tromba com a ROTA
E no camarim 'tin-tin, ae-ae', cadê meu cachê
Você não entende, desgraça é o que vende
Infelizmente te querem defunto
Você vivo não vale uma rima, morto letra vira de nove
minutos
Coitado dos crente, fala o que sente, não cola com a
gente
Não mudou nada
Cuidado com os MCs conversa fiada
MC nunca ri, MC nunca ama, MC nunca mente
MC é do gueto, MC nunca erra, MC não tem medo, MC
nunca chora
Tudo lorota...


{Luo}:
Falavam de orgulho, falavam de glória
Mas agora mudaram a história
Xingam a polícia, incitam à malícia
Se afundam nas delícias propícias por Satanás
Mas Deus é mais
Enquanto eu canto, digo pras minas e pros manos que eu
os amo
Mostro a Bíblia enquanto outros malucos mostram os
canos
Insanos
Onde querem chegar? O que querem provar?
Nada. Não provam nada, não acrescentam nada
Será seu futuro piada? Estão rindo da sua cara
Mó blefe, mó farsa, mó guela
Hum... Traíram a favela, mó brecha
Será cobrado no além tudo que fez na terra
Fica esquisito se não consta a idéia, Jesus é a idéia
o resto é caô
Vixi, muita treta...
Caia por terra...

Compositores: Marcelo Anastacio (Marcelinho), Adilson Vieira da Silva (Lito Atalaia), Luciano dos Santos Souza (Pregador Luo)
ECAD: Obra #1005475 Fonograma #572603

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