TEUS PASSOS CURTOS ANDAR ASSUSTADO MEDO DO MUNDO QUE NÃO TE DEU NADA SEUS DEDOS RACHADOS RASGANDO A VIOLA TENTANDO ESQUECER O QUE NÃO SAI DA MEMÓRIA
DAQUELES TEMPOS NA SERRA DO BRÁS CARPINDO E PLANTANDO SOFRENDO DEMAIS REZANDO, SONHANDO, VIVENDO POR TRÊS ALEGRANDO AS FOLIAS DE SANTO REIS
TEU CANTO TRISTE REVELA UMA FRAUDE ENTRE A VIDA NO CAMPO E A SUA SAUDADE APESAR DA DUREZA DA VIDA DA SERRA NÃO TINHA A TRISTEZA QUE TEM NA CIDADE
DEPOIS DE TANTO LUTAR PRA SER SEUS BONS CANTEIROS DE TERRA LAVRADOS POR DEUS GUARDOU A ENXADA COMPROU SOLIDÃO BATEU FORTE UM PREGO NO SEU CORAÇÃO
COMO ACONTECE COM TODO O CABOCLO QUE VEM COM SEU POVO PRA CICADE GRANDE CHEGANDO EM CAMPINAS, MENINOS, MENINAS QUASE TODOS TÃO NOVOS SÓ UM POUCO OS MAIS MOÇOS
E O TAL SUSTENTO TRATOU DE IR BUSCAR DE SOL A SOL ERA SÓ TRABALHAR NA USINA DE FORÇA COM FORÇA, APRENDEU GUARDAR E ZELAR DO QUE NÃO ERA SEU
O TEMPO PASSANDO E BONS FILHOS CRESCENDO DE UM JEITO OU DE OUTRO A VIDA VIVENDO BUSCOU NA IGREJA A SUA MANEIRA DE FÉ UMA TORNEIRA PRA COM SUA MARIA
MULHER DE FIBRA RAINHA DO LAR A FLOR E O BOTÃO COM QUEM PODE CONTAR SUA DEUSA MAIOR SEU POTE DE MEL SUA OUTRA METADE A SE UNIR LÁ NO CÉU
SUA DEUSA MAIOR SEU POTE DE MEL SUA OUTRA METADE A SE UNIR LÁ NO CÉU
Compositor: Luiz Sebastiao Belmiro (Belmiro) ECAD: Obra #1331757