Belmonte e Amaraí
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João Ninguém

Belmonte e Amaraí


Peço licença pra contar a minha história
E por isso solicito um momento de atenção
Fiquei viúvo com seis anos de casado
Com três filhas pequeninas precisando proteção
Faz muito tempo que se deu então comigo
Até hoje quando lembro o meu pranto ainda cai
Eu lutei tanto pra criar as minhas filhas
Sofri muito mas cumpri o papel de mãe e pai.

Passou um tempo e a minha filha mais velha
Se uniu a um moço rico de elevada posição
Dali um ano a minha filha do meio
Também se casou com outro muito bem de situação
O mesmo fato não se deu com a mais nova
Arrumou um operário desses que marca cartão
Pobre menina iludida por amor
A um pobre João Ninguém entregou seu coração.

Passou um tempo e eu estava tão doente
Fiquei mais desesperado quando me disse o doutor
É necessário uma operação urgente no contrario
Só um milagre salva a vida do senhor
Fui procurar as minhas duas filhas ricas
Mas sem ordem dos maridos não quiseram me atender
Pra filha nova eu me fui pedir sua ajuda
O marido da coitada mal fazia pra comer

Mas a caçula soube tudo e como louca
Foi à firma e ao marido explicou a situação
Na mesma hora ele procurou seu chefe
E o dinheiro adiantado conseguiu com o patrão
Fui internado operado e bem cuidado
Levei alta estou em casa vou passando muito bem
Não guardo magoa de nenhum dos genros ricos
Mas eu devo a minha vida ao meu genro João Ninguém.

Compositores: Benedito Onofre Seviero (Benedito Seviero), Luiz de Castro
ECAD: Obra #35785 Fonograma #272309

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