Agora eu que quero ver Dessa criatura, quem segura as pontas? Quem vai pagar as contas à dever? Se tem alguém que atura sem tanta cachaça De careta tu rechaça, vai entender... O tamanho da encrenca e da treta De acordar e dormir Todo dia com essa raça consumir Uma pá de pó e manguaça Anestesia pra terrível sensação de ser consumido pela traça Pesadelo medonho, vendo rato e barata Ratos eram reais Era sonho? Que nada... Tava me saindo muito mais que caro Então eu acordei, a casa não queimei Mas me livrei do rato, o preço da barata nem saiu no meu extrato Não precisei pagá-lo, já tinham me avisado Do rato já pisado e da barata que pisaram Saiu creme nojento Aquilo que tem dentro alguns presenciaram A casa não é minha, muito menos a vizinha que sorria pra mim Não de mim que ela ria, bem naquele intento E há diferença? Então dá licença, era ali que eu comia Ali que eu dormia como todo mundo sabe eu tomava o meu banho, a minha hospedaria Por que casa não é lar, meu lar não era lá Lugar que não é lar, estranho de energia Camera a filmar, eu vivia minha vida Não tinha nem ideia só queria era chapar E não sabia da plateia que ria de gargalhar E eu com isso irmão? E eu sei lá, eu sei que eu tava lá Sendo eu mesmo com as minhas alegrias e dores Pois eu não sou ator mas ao vivo o mundo todo via as cores da minha dor
(Refrão) Eu estava lá (I've been there and my name is Gus) Camera a filmar (Don't discuss, don't discuss cuz) Meu irmão sei lá, sei lá see I) Sei que eu tava lá (I and I, eye-an-eye)
Chorei lágrimas de encher uma piscina pro mergulho Por uma menina e de mim tenho orgulho Se me soubesse filmado eu teria atuado Aí sim perante Jah o meu filme tinha queimado O julgamento Dele é o que me preocupa E não o seu ou onde esconde as próprias culpas Porque eu não choro a esmo e não desperdiço as risadas Se fosse rir da sua cara tinha tempo é pra nada Esquece o meu nariz Respeito que não lhe diz, nem é da sua alçada A vida é tensa e intensa O que tu pensa ou não pensa a relevância é nenhuma Não pensa coisa alguma Portando não existe Pra pensar tem que existir E você come alpiste Eu penso logo não desisto e continuo firme Desde menino, conheço o diretor do filme E Ele é o divino Da vida como ela é Sem cortes e efeitos é sinistro mané Sem tocar no roteiro A vida são tribulações reais de um dia inteiro Vá e não seja você Represente, finja o que sente Quando não é observado como faz com a gente Com quem tá do seu lado A grua das gruas vai mais no alto E vê todas as ruas O operador é o Senhor Vê cada quarto, banheiro e corredor
(Refrão)
Cada quarto, banheiro, corredor e casa Inclusive as suas, Ele dá e corta asas Advogado que atua O criador de todos os atores e atrizes, Ele é o autor Há esperança nos vespeiros e nas crises Nas heranças e herdeiros verdadeiros e fingidores Eu não finjo dores talvez eu fuja delas Por isso eu caio em covis de cadelas Pelo que fiz eu quase paro na cova A vida é bela e nova e eu tive mais uma chance Vi a morte de relance porém Emanuel tava comigo Black Alien from hell do céu é amigo Eu rio no curso certo dele que nunca muda Tipo meu discurso de cueca aparecendo e caindo a bermuda Então não vem que tem Porque eu não morri Acabei eu fui embora Eu tô é muito bem Não quero nem saber quem é o MC da hora Eu tô na área Aqui eu sempre estive Rimando uma nova aurora Pro meu povo um pouco mais livre e que muito me conhece Já você nunca lideu com minha espécie Aqui não tem disputa bundão E muito menos tem ego Então escuta essa e vê se não esquece seu prego Já levantei e cai, cai e levantei Por todo ambiente eu levitei e te observo Se de novo me julgar vou te morder sem rosnar Eu não me enervo Falo na sua cara Eu falo a verdade Tem ambição demais E não falo de idade E ainda nem saiu de um ovo Talvez da casa dos pais Preste atenção rapaz Porque eu tô na paz Se tirar a minha criarás o próprio inferno Versarei sobre você E vou encher o meu caderno ou o meu HD O que quer que seja Tô fora de discórdia Tô fora de peleja Meu barco agora veleja outros oceanos Mais calmos mares, bons planos, sem tempestades A calmaria que se encontra em salmos E a mulher que amares de verdade a hora é agora E pra quem não saiba Essa é pra quem a carapuça caiba
Compositores: Gustavo de Almeida Ribeiro, Tiago da Cal Alves (Papatinho) ECAD: Obra #19288890 Fonograma #15394863