Conta a lenda que, no princípio de tudo, Tupã criou o mundo e separou o dia e a noite. Criou então dois astros irmãos que juntos iluminavam o céu, guiando o caminho do povo que o deus do trovão havia colocado sobre a terra. Acontece que, depois de muitas longas jornadas pelo céu, os dois astros se apaixonaram. De um lado, Jacy ou Yacy (a lua) que controlava as águas e as plantações; do outro, Coaracy (o sol) que trazia luz e calor para a terra. Este amor impossível foi descoberto por Tupã, que não aceitou a paixão dos irmãos, já que isso acometeria em um grande cataclisma. Primeiro, o sol queimaria a terra e depois, a lua apagaria o sol. Era o mundo que acabaria no nada, com um barulho assustador com a terra se mexendo como se tivesse vida. Tupã então os separou, colocando o sol para iluminar o dia e a lua, a noite. Jacy corria incansavelmente pelo céu à procura de seu amado, mas nunca o alcançava. Um dia, de tanto sofrimento, A lua chorou durante vários dias. Suas lágrimas caíram na terra e, ao correr pelo terreno arenoso, tomou uma coloração barrenta. O fio de água escorreu pela terra seca e trouxe a vida. E foi assim, das lágrimas da lua, que se formou o caudaloso rio Amazonas, o rio do amor.