Era sábado à noite, nem vontade tinha para comer Fechei-me no meu quarto, pus um filme p'ra m'entreter Não tinha sono... Bateram à porta Os meus dreads surgiram p'ra irmos dar uma kikorta Tanto insistiram que acabei por ir, vou-me vestir Pensando bem, pa'tar assim, mais vale sair Cangámos uma tarifa era quase uma hora Pensei qu'a disco ia 'tar vazia, mas 'tava a deitar por fora Entrei, c'o meu ponto, palito na boca, é aquela base Abanquei-me num coro sem dizer uma única frase Bué de damas e mais damas por todo o lado Vestido apertado, mas não 'tou interessado No meio de tanta gente 'tava tão sózinho Levantei-me num coro. Eh lá!!! Vi-te no meu caminho Corpo perfeito, alta mulata de caracóis Pernas de sonho, Yes Baby! G'andas faróis Olhei-te bem nos olhos, mas 'tavas acompanhada Sorriste sem dar estrilho pa' não seres apanhada Mas apanhei-te, com'é, desmarca lá o teu namoro Deixa-me ser o teu pirata, pa'tu seres o meu tesouro Mas ele pegou-te no braço, levou-te para longe de mim Quando te vi, bati mal e sei que também ficaste assim Fingi'tar nas calmas, mas puseste-me à toa Quem te mandou ser tão boa Agora não sei o que vou fazer Tenho que arranjar maneira de te conhecer
REFRÃO
Anda cá, vem ao papá I want you to be my baby Anda cá, vem ao papá I want you to be my lady
'Tavas no bar encostada a beber Pisang Ambon Aproximei-me e disse "baza dançar esse som" O teu dread 'tava no WC 'Bora pró cantinho qu'ele lá não nos vê Hesitaste, por instantes pensei que não me querias Mas quando me deste a mão, vi que 'tava nos meus dias Apertei-te, senti o teu coração a bater O beijo quas'acontecer Os nossos lábios tão perto,mas não podia ser ali Embora pensasse nisso desde o momento em que te vi "Bora lá fora, aqui dentro 'ta calor" E pelo caminho imaginava o teu sabor Saíste primeiro, 'pa não dar estrilho fui atrás S'o teu dread surgir das-lhe a dica que 'tas mal disposta Vais apanhar um ar, s'ele desconfiar Diz-lhe que te espere no bar
REFRÃO
Não démos estrilho, saímos eu e tu, moi et toi Quero que sejas mamã, anda cá ao papá Olha essa escada escura, com'é... 'bora até lá Deitei-te no chão, mas imaginei-te num sofá Ah! Uh! Esse teu corpinho Mordi-te a orelha, enchi-te de carinho Ouvi-te gemer como uma porta entreaberta Medo de seres descoberta, deixou-t'os sentidos alerta Explorei o teu corpo, com'um patrão explora um empregado Descobri pontos fracos em ti por todo o lado Quieto não pude ficar quando me tocaste daquela maneira Tomaste o controlo, passaste a fronteira Tu foste a lenha da minha fogueira, à terceira Disseste qu'o teu namorado Devia 'tar à tua procura preocupado Arranjaste a saia, pintast'os lábios num retrovisor Mas não quis que te fosses embora sem dizer qu'adorei o teu sabor Abraçaste-me, o teu olhar disse tudo... Contigo senti-me veludo Foste andando em direcção à discoteca Uns minutos depois fui também a pensar em ti boneca Não vou contar a ninguém o nosso pecado De repente vi-te a sorrir abraçada ao teu namorado Eu sabia o porquê de tanta alegria Mandei-te um beijo discreto e despedi-me até um dia...
REFRÃO
Compositor: Angelo Cesar do Rosario Firmino ECAD: Obra #215656