O que seria do amarelo se tudo fosse azul? Quem abanava esta merda se fossemos sempre cool? Quem é quem para dizer o que é certo ou errado? Antes não ser escutado a ser mal interpretado Criticado por algum pseudo-músico frustrado Julgado e condenado, sem ser consultado Não sei quem tu és, tu não sabes quem eu sou Não sei onde estás, tu não sabes pra onde vou Onde estou, donde vim, o que faço, o que penso Não me julgues, não rotules, etiquetas eu dispenso E o que é nem sempre parece à primeira vista Não sei o que tu vês mas não me vejo artista Sou igual e diferente, péssimo e excelente Dou-me bem com toda a gente, conheço gente que conhece gente Dou-lhe com alma mas cansei-me desta porra Cansado de vê-los sentados à espera que a cena morra
Refrão: Eu, eu não sei quem tu és, tu és Tu não sabes quem sou, quem sou Só vês o que queres ver O que é que vais fazer Eu, eu não sei quem tu és, tu és Tu não sabes quem sou, quem sou Só vês o que queres ver
Se uma pancada no olho faz ver, eu vejo bem melhor Quando a situação tá pesada e todo o nigga é hardcore Mantenho um nível de eleição para toda a gente ouvir Aquilo que me faz sentido sentir quando quero posso e mando fluir Deixa-me explicar o que sou, donde vim para onde vou Experiência genética como Michael Franti falou Luso-Africano ou Afro-Lusitano? Não sou cavalo, sou humano Puro-sangue aqui é engano… Tenho tuga, bife e cabo-verdeano A mistura é refinada, o resultado? Mulato bem bacano Represento a união em carne e osso - a prova viva Que é possível quebrar qualquer barreira Com a saliva bem activa eu rimo tipo united colors of carlão O som tem que ser fusão ou seria uma decepção Rapper janado, gosto de punk e hardcore, mas dá-me bossa nova E eu peço-te um encore O espaço já foi criado a identidade é própria A variedade é mais que muita chama-lhe panóplia De estilos livres que abrem mundos neste mundo A revolução é nossa puto, não pára por um segundo
Refrão
A ideia é ser original e criar a nossa própria cena Não movimento: movimentos, e assim já vale a pena Mantenho a diferença de ser igual a mim próprio e a mais ninguém Já nasceu comigo, comigo irá até ao além Há que respeitar para conhecer, conhecer para respeitar, Aprender com aquilo que à partida se possa estranhar A vida é muito curta para desperdício de tempo precioso E a inveja apenas o reflexo de um espírito ocioso
Toda a gente fala, toda a gente opina e sabe Espetem o barrete onde ele cabe Sem favores faço por merecer o meu espaço E dou tudo o que tenho em cada novo compasso Por onde passo, deixo a marca que marca o que faço E o que faço, faço fazendo eu não ameaço Ambiciono o amor não ambiciono a fama E acredito que só somos alguém quando alguém nos ama
Refrão
Compositores: Angelo Cesar do Rosario Firmino (Firmino A), Carlos Alberto Nobre Pereira Neves (Carlos Pac Nobre) ECAD: Obra #7095264