Assim foi a polícia no encalço do ladrão A ordem da justiça foi cumprida pela lei Porém sobre o assunto eu não dou opinião Se ele é inocente ou culpado, eu não sei
Somente sei dizer que em algum quarto do xadrez Teria gente nova hospedada nesse dia Agora, com licença, vou narrar para vocês As cenas que passaram dentro da delegacia
("- Doutor delegado Esse moço foi preso com esta senhorita Por ter sido acusado de ladrão E quem o acusa é esse moço
É mentira dele, doutor Eu não roubei ninguém, eu juro Roubou sim, doutor Foi ele quem me roubou
Vamos, diga logo O que foi que ele te roubou?
Roubou minha namorada, doutor É mentira, doutor Eu deixei dele e saí com outro porque eu quis Ninguém me obrigou
Bem, se é assim, o acusado e a senhorita estão dispensados; Podem ir embora E a vítima vai ficar uns dias por aqui. Podem leva-lo para o xadrez Mas que que é isso, doutor? Tenha dó. Além de perder a namorada ainda vou ficar preso? Mas que gelada! ")
Assim foi resolvido esse caso de amor Na decisão da lei houve a imparcialidade Soltando o inocente, prendendo o causador A vítima está presa e o réu em liberdade
Amor nunca se rouba, não se compra, nem se venda Amor se oferece a alguém que se quer bem Quem força um coração é porque não compreende Que o amor não vai a força no coração de ninguém
Compositores: Benedito Onofre Seviero (Benedito Seviero), Luiz de Castro ECAD: Obra #84799