Muita gente se recorda Do encontro tão falado Dos dois ricos fazendeiros Cada qual com seu reinado
Era um rei do café Outro era rei do gado Mas ninguém sabia ao certo Qual o mais afortunado
Como rei cheio de pose Vê os pobres do seu trono Um dos reis mostrou ao outro Lá no canto um colono
Que na sua humildade Parecia um cão sem dono Ou então um traste velho Sem valia no abandono
Vendo a timidez do Jeca Ele então quis fazer graça Comentando com deboche Todo o rei tem seu chalaça
Venha aqui Jeca Tatu Enche a cuca de cachaça Depois diga alguma coisa Pra que a turma ache graça
O colono humildemente Cabisbaixo como um réu Era o alvo da chacota Vendo o bar em escarcéu
O rei levantava a taça Como quem ergue um troféu A pensar que o dinheiro Compra a terra, o mar e o céu
O colono com voz mansa Como quem lamenta a sorte Perguntou se o dinheiro Dava pra evitar a morte
Se no céu se compra ingresso Se Deus vende passaporte Nessa altura o rei vaidoso Se curvou ante o mais forte
O salão todo em silêncio Pode então ver a verdade Os dois reis da opulência Diante da realidade
Sem palavras derrotados No seu trono de vaidades Tão sentiram tão pequenos Diante o rei da humildade Tão sentiram tão pequenos Diante o rei da humildade Tão sentiram tão pequenos Diante o rei da humildade Tão sentiram tão pequenos Diante o rei da humildade
Compositores: Everaldo Ferraz Grama (Everaldo Ferraz), Magdalena Maria Pires (Piquerobi) ECAD: Obra #1434991