Numa orgia nefanda, O rebelde Belsazar, Com os grandes do seu reino, Todos eles a folgar, Com espanto pararam Quando o rei estremeceu: Na parede a mão divina, Escrevendo, apareceu.
No palácio, os festivos Nobres não souberam ler Tal escrita na perede; Logo o rei, todo a tremer, Vir mandou bem depressa O cativo Daniel, Que, do escrito na perede, Deu a tradução fiel.
A sentença foi grave Ao monarca dos calDeus, Que vivia no pecado; Sem temor nenhum de Deus: 'O teu reino passou-se; Na parede escrito está; Na balança da justiça A tua alma em falta está.'
Tua vida, ó amigo, Nesta hora escrita está; O registro dos teus atos Deus, no céu, escreve já; Que Jesus, pois, te faça Tal escrita compreender, Que, em havendo tempo, possas Sua graça receber.
Lá no céu, a mão de Deus! Lá no céu, a mão de Deus! Vê qual seja a tua sorte, A tua vida ou morte; Lá no céu, escreve a mão de Deus.