Lá vem mais um dia de changa tratada, Já de madrugada eu salto do catre. Empeçando de novo a lida campeira, Chiar de cambona, pra encilha do mate.
Lavando as “fuça” n’alguma gamela, Espreito a cancela e miro o campo, Que espera estendido pela recorrida Enquanto a seriema renova seu canto.
O orvalho ainda molha esses varzedos E o sol em segredo aparece ao fundo. E bem de carancho, rebrilha em gotejos, Parecendo acordar de um sono profundo.
Num pingo de estouro recorro à estância E a eguada xucra trago pra mangueira, Dando uma volteada, já salvo a jornada E encontro extraviada alguma terneira.
Tenho que alambrar o potreiro dos fundos Pra dar menos chance ao amigo do alheio, Preparar umas terras ao sul do capão, Fazer um ventena, aceitar meus arreios.
E assim vou levando minha vida de campo, Pra ver se me ajusto em algum lugar, Mas se não der certo, aragano me vou, Campeando de novo, uma changa a tratar.