Um verso arisco, bagual me pateou no tirador. Mas eu que sou domador lhe tirei o corpo fora, Quase me enredo na espora, mas de novo me aprumei, Cortei os cascos e tosei pra soltar garganta a fora.
Nas canhadas dos acordes os meus versos são tropilhas. Grameando trevo e flexilhas, molhados de serenal, Que saem do pajonal, mosqueando sonhos e ânsias, Pra retornar nas distâncias, pisoteando o macegal.
Ou rebanho que encordoa saindo do parador. Como o sol no partidor mostrando o todos para o dia. E a primeira melodia do canto de uma cigarra, Que tem alma de guitarra, som de grota e poesia.
Beber rumos e horizontes é o destino dos sensíveis. Galopear sonhos incríveis, tropear a própria emoção, Recorrer à imensidão, molhar sonhos desgarrados, Que nunca foram potreados no chircal do coração.
Ou rebanho que encordoa, saindo do parador...
Compositores: Zulmar Benites de Oliveira (Zulmar Benitez), Eron Vaz Mattos ECAD: Obra #242527 Fonograma #1376120