Quando as rosetas se agarram no sovaco de um matungo Eu tiro a sorte aragana pra bailar neste surungo E “se vâmo” dando volta num despraiado de mundo
Um potro que esconde a cara é coisa braba “a la pucha” Posso até não ser ginete mas sou mimoso das bruxas Fui batizado “a lo largo” na velha doma gaúcha
Por mim que despenque o tempo em pedra, trovão e raio Rodada quanto mais feia não tem problema, que eu saio Arrastando as nazarenas com guizos no papagaio
Canta, canta nazarena na cantilena de campo Que os cavalos que eu encilho têm olhos de pirilampos E andam de cacho quebrado donde a china prende o grampo
No cantar das nazarenas eu toco a vida por diante Tironeando meu destino no repecho e no lançante Embora a sorte me traia e o amor ande distante
Quem vive a lida campeira e faz da doma um ofício Nunca refuga bolada nem esquece os compromissos Pra bagual que corcoveia espora, mango e serviço
Quem passa o tempo domando arrocinando tropilhas De certo um dia se amansa no santo altar da família E as nazarenas “descansa” num cepo de curunilha
Compositores: Pedro Leandro Scarparo Silveira (Pedro Guerra), Anomar Danubio Machado Vieira ECAD: Obra #803601 Fonograma #1571577