Os filhos da guerra
As crianças da guerra
Não são crianças
Eles têm a idade da Pedra
do ferro e do sangue
Sob lágrimas de mães
Eles abriram os olhos
Por dias sem mistério
E um mundo em chamas
As crianças da guerra
Não são crianças
Elas conheceram a Terra
A ferro e fogo
Tinham sonhos
De afiar os dentes
E usavam cemitérios
Como jardins de infância
As crianças da tempestade
E de dias incertos
Que tinham o rosto
Escavado pela fome
Envelheceram antes da idade
E cresceram sem ajuda
Sem tocar no legado
Que deve deixar o amor
As crianças da guerra
Não são crianças
Eles viram a ira
Interromper suas canções
Aprenderam a se calar
E a cerrar seus punhos
Quando vozes mentirosas
Lhes ditavam o destino
As crianças da guerra
Não são crianças
Com a sua mina de orgulho
E seus olhos grandes demais
Eles viram a miséria
Cobrir os seus impulsos
E mãos de estrangeiros
Abaterem a primavera
Estas crianças sem infância
Sem a juventude e sem alegria
Tremendo impotente
Dor e do frio
Quem desafiou a dor
Suas emoções e silenciosa
Mas a esperança vivida
É como eu e você
Os amantes da miséria
Os amantes infelizes
Adora singular
Mudando sonhos
Buscando a luz
Mas o medo ainda
Porque
Os amantes da guerra
Crianças ficaram
Les enfants de la guerre
Les enfants de la guerre
Ne sont pas des enfants
Ils ont l'âge de pierre
du fer et du sang
Sur les larmes de mères
Ils ont ouvert les yeux
Par des jours sans mystère
Et sur un monde en feu
Les enfants de la guerre
Ne sont pas des enfants
Ils ont connu la terre
A feu et à sang
Ils ont eu des chimères
Pour aiguiser leur dents
Et pris des cimetières
Pour des jardins d'enfants
Ces enfants de l'orage
Et des jours incertains
Qui avaient le visage
Creusé par la faim
Ont vieilli avant l'âge
Et grandi sans secours
Sans toucher l'héritage
Que doit léguer l'amour
Les enfants de la guerre
Ne sont pas des enfants
Ils ont vu la colère
Étouffer leurs chants
Ont appris à se taire
Et à serrer les poings
Quand les voix mensongères
Leur dictaient leur destin
Les enfants de la guerre
Ne sont pas des enfants
Avec leur mine fière
Et leurs yeux trop grand
Ils ont vu la misère
Recouvrir leurs élans
Et des mains étrangères
Égorger leurs printemps
Ces enfants sans enfance
Sans jeunesse et sans joie
Qui tremblaient sans défense
De peine et de froid
Qui défiaient la souffrance
Et taisaient leurs émois
Mais vivaient d'espérance
Sont comme toi et moi
Des amants de misère
De malheureux amants
Aux amours singulières
Aux rêves changeants
Qui cherchent la lumière
Mais la craignent pourtant
Car
Les amants de la guerre
Sont restés des enfants
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