Sobra cavalo pra cantar este rio grande Largo a cabeça do meu verso pelo mouro Sou crina grossa crioulo dos olhos d'água Rincão campeiro da estância rincão dos touros
E o grujo velho capataz há muito tempo Mesmo lunanco nas trombadas que levou Mas mesmo assim segue botando a cada pealo Xucros e malos que o destino lhe entregou
Na recolhida o negrino salta em pêlo Numa guateada mulherona e traiçoeira Que esconde a cara no sair do para-peito Já de vereda enrreda a marca na soiteira
A cachorrada no momento da encilha Faz uma festa de latidos esperando Que a indiada saia para fazer um costadito Num desbocado que se arrasta corcoveando
O saragoça cria de aja do Uruguai Contrabandeou a própria vida para aqui Gastando esporas num veiaco das estâncias Bandiando potros nas cheias do cuiai
E o Dom felipe vaqueando desta fronteira Bateu na marca pro rumo da enserrilhada Poncho emalado pingo de mudar por adiante Busca uma tropa que ace tiempo foi comprada
Rincão dos touros esperança de à cavalo Na resistencia tranqueia de lombo duro E um contra-mestre segurando a linha reta Que a tradição véia alambrando para um futuro
Sobra cavalo...
Compositores: Luis Rogerio Marenco Ferran (Luis Marenco), Eron Vaz Mattos ECAD: Obra #64301 Fonograma #1146939