Se uma nunca tem sorriso, é pra melhor se reservar E diz que espera o paraíso e a hora de desabafar A vida é feita de um rosário que custa tanto a se acabar Por isso às vezes ela pára e senta um pouco pra chorar Que dia! Nossa, pra que tanta conta Já perdi a conta de tanto rezar
Se a outra não tem paraíso, não dá muita importância, não Pois já forjou o seu sorriso e fez do mesmo profissão A vida é sempre aquela dança aonde não se escolhe o par Por isso às vezes ela cansa e senta um pouco pra chorar Que dia! Puxa, que vida danada Tem tanta calçada pra se caminhar
Mas toda santa madrugada quando uma já sonhou com Deus E a outra, triste namorada, coitada, já deitou com os seus O acaso faz com que essas duas, que a sorte sempre separou Se cruzem pela mesma rua olhando-se com a mesma dor Que dia! Puxa, que vida danada é tanta calçada pra se caminhar Que Dia! Nossa pra que tanta conta, já perdi a conta de tanto rezar Que dia! Puxa, que vida comprida, pra que tanta vida pra gente desanimar
Compositor: Francisco Buarque de Hollanda (Chico Buarque) (UBC)Editor: Marola Edicoes (UBC)Publicado em 2003 (23/Jan) e lançado em 2003 (01/Fev)ECAD verificado obra #8015007 e fonograma #505217 em 06/Abr/2024 com dados da UBEM