Consciência Humana
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Consciência Humana


Quando o mundo começou não vi e nem você;
E da antigüidade eu carrego o meu sofrer;
Eu sou preto sou moleque sou moleque de rua;
Não cooperou com meu progresso seu filho da puta;
Eu sobrevivi nessa calçada canalha;
Se rastejando de fome e comendo migalhas;
Você me fala me fala me fala que nós somos o mundo;
Depois se cala e vira as costas pra todo mundo;
Eu aprendi que mais tarde me tornarei um homem;
Daqueles que rouba mata humilha e drogas consome;
Não terei amor e nem afeto a vida inteira;
E assim serei gigante pela própria natureza;
Muitos dizem que se preocupam com a gente;
Mas por trás das portas nos tratam com indigente;
Esse é o brasil óh pátria amada idolatrada salve salve;
Calibre pesado na mão nosso futuro brasil abaixo;
Não é nome dado a esse país que é o culpado?
Dos gigantes ambiciosos e os carrascos;
Os donos do submundo do terceiro mundo e muitos;
Pessoas brasileiras que se preocupam com dinheiro;
Mulheres e carro importado o tempo inteiro;
Não entendo por que certos países progridem;
Todos têm de tudo e todos são felizes;
Ta certo que em tudo isso existe uma marca;
Rouba de quem tem e de quem não tem quase nada;
E o povo brasileiro precisa ser mais esperto;
Não se acomodar com os fatos e ser mais direto.

(2x) brava gente brasileira onde vai que você viu?
Ficar a pátria livre ou morrer pelo brasil.

Estou deitado eternamente em um berço esplêndido;
Na calçada de qualquer rua e muita fome eu tenho;
Eu sou um homem e dizem que eu não sou ninguém;
E os que estavam do meu lado me chamou de ninguém também;
Mãe é aquela que cria;
E tão boa que se fosse comida ela dividiria;
Mas eu entendo que conheço muitas mães ou prostitutas;
Minha mãe verdadeira com certeza é a rua;
Ir ao exército honrar a pátria pra mim é normal;
Lutar para obter riquezas pra mim é banal;
Não que eu não queira ir que eu não vá servir;
Sou patriota sim sou sim;
E quero que alguém me diga que eu não sou nacionalista;
Nesse modo em que vivo diante da minha vida;
Sou brasil em pessoa sem nenhuma máscara;
Sou o riso brasileiro sem nenhuma graça;
Povo americanizado que não mantém os pés na graça;
Não exporta a alma por que deus ou o diabo leva.

(2x) brava gente brasileira onde vai que você viu?
Ficar a pátria livre ou morrer pelo brasil.

Quatro paredes de madeira com suor e liberdade;
Desempenhamos tudo isso pela nossa igualdade;
Mas a polícia tenta nos tirar o que conseguimos;
Conquistar com nossos braços fortes;
Com rajadas na parede desafiando nosso peito a própria morte;
Muitos viram na nossa gente uma imagem plácida;
De um homem heróico acabado pela desgraça;
Interraram um homenzinho e querem saber seu nome;
Minha mãe é meu prato o lixo é minha comida;
Pra muita gente isso faz parte do dia á dia;
E só agora o coração sente minha vida tão sofrida;
Para o brasil com certeza sou até o símbolo;
Mas ninguém dá valor pra esse aspecto olímpico;
Fui menor abandonado ser humano rejeitado;
Se no futuro meu espelho é essa pobreza;
O caminho para a morte uma tristeza;
E serei filho desse solo agora minha mãe gentil;
Escute as últimas batidas do meu coração sutil;
Não há ninguém perto de mim não há ninguém pra ver meu fim;
Sou pivete largado nasci e cresi na rua fui malvado;
Meu destino só deus sabe;
Óh pátria amada idolatrada que alguém a salve.

Compositores: Gilson Bezerra de Oliveira (Wgi), Nisio Ferreira da Silva (Aplique), Adriano Mendes de Freitas (Adriano)
ECAD: Obra #1256652

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