Consciência Humana

Qual Que Pá

Consciência Humana

Agonia do morro


Refrão:
Qual que pá, qual que pá,
CH, CH.

Qual que pá daquele carro virando a esquina?
Com os faróis apagados, sem lanterna em cima,
Nada nos impede de raciocinar,
Vieram pra matar, entrando vielas adentro,
Por um momento se entram podem atirar,
Só com uma ponto 40 tiro de longo alcance,
Aqui dentro a trocar preciso me defender,
Não sei o que é nem o que pode ser,
Mesmo por que estar essas horas na favela armado,
Não está só está acompanhado,
De mais três, três, quem é a bola da vez?
São seis, cada um com um calibre na mão,
Em meio a repressão que sofre a favela,
Vários barracos invadidos, pai de família espancado,
Homens, mulheres, crianças aonde vão parar?
O tempo é curto, arrume um tempo pra raciocinar,
E não errar, é preciso encontrar a saída,
Desse labirinto jogo de nazistas,
Que mata, escraviza, atrofia, dana seu cérebro,
Destrói famílias e manda corpos para o cemitério,
Com tiro no peito e com tiro no crânio,
Como aquele mano morreu vários manos morreram,
Mano meu, mano seu, qual que pá, CH.

Refrão

Perseguição em alta voltagem,
3 horas da manhã os polícias invadem,
Os covardes agridem o garoto a fim de encontrar flagrante,
Os zé povinhos tremem, as crianças choram,
Ao ver que o seu pai foi algemado,
E que os polícia vai levando embora,
Só não se sabe por quanto tempo,
1 ano, 2 anos, 7, 6,
Um dia talvez o verá outra vez,
O que ele fez, só ele sabe o que fez,
E por que fez,
Todos assaltos e prisões tem a sua primeira vez,
E dessa vez ta complicado não é réu primário,
É reincidente é conceituado,
Experiências que ficou das mágoas que passou,
Que proporcionou o estilo de sobrevivência,
A rotina violenta, vida arriscada,
Vários manos, nem todos manos tem, vários manos tem,
Armando, roubando, matando, sendo baleado,
Enquadrado no artigo de porte ilegal,
Assalto á mão armada 157 invadindo,
O banco, sacudindo, atirando, vida marginal.

Refrão

Greve de fome, um corpo sem nome apodrece,
No canto da cela, não vai haver visita,
Futura vista, rebelião,
Na mão a espada e na mente a razão,
As correrias na goma do meu coração,
Uma oração profunda para o meu sobreviver,
Destino foi traçado e muito sangue bom vai morrer,
A mídia com suas câmeras vai gravar a carnificina,
Vacina do mal, uma nova doutrina,
Vai chocar muita gente, mas o meu barco vai navegando,
Sempre pra frente, só consciente,
Nessa luta constante me faço guerrilheiro,
Se alguém tem que chorar que chorem os inimigos primeiro,
É assim que funciona a lei da cadeia,
É proibido sonhar, castelar um mar de sereia,
A tristeza e depressão querem me pegar, mas não,
Aqui não vou deixar me levar,
O ritmo volta quando o carcereiro bate as trancas,
Ladrão se arma, bate nas grades,
Lá dentro fica castelando a sua liberdade,
Maldade que paira no ar,
De louco fica na sede de matar,
Esquartejar, o diabo quer sangue.

Refrão

Compositores: Gilson Bezerra de Oliveira (Wgi), Nisio Ferreira da Silva (Aplique), Adriano Mendes de Freitas (Adriano)
ECAD: Obra #8529670

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