Eu lembro como hoje Eu, minha mãe, minha irmã no chão, medo, suspiro Eu com seis anos, vendo meu pai tomar seis tiros Sangue no chão do barraco no meio do gueto Ainda criança vi o que o sistema reservou pros pretos Mudamos pra Bauru, "pai esquece a vingança" Mas num enredo genocida a guerra vem como herança E eu nunca me senti porra nenhuma, normal Ferida fruto de um relacionamento bi-racial Já vi minha vida na mão do policial, que disse "Se eu te encontrar sozinho, eu te mato" Ele me disse: "seu bandido marginal" Só por que eu tava na viela ouvindo rap alto A guerra tem como alvo, pardos e retintos Pro meu povo ser extinto e nas redes, quem lacra mais? Não me chame de mito, mito é algo fictício Sistema filho da puta minhas historias são reais!
EE, ee, ee EE, ee, ee Okê, okê, okê Arô Okê, Okê
Vou pagar pelo pecado do meu pai Esse é meu karma Eu tô te desejando axé Enquanto você me aponta uma arma As pessoas são como embalagens Tudo rótulo, tudo engessado Preciso de algo que cure tua alma Preciso de algo pra mim ser curado Olhe pro céu, olhe pro céu O chão é aonde eles querem te por Como quem amassa e joga um papel Não posso deixar de caçar Não posso largar meu ofá E acertar de uma forma certeira o sonho que eles quer roubar
Oyá, Afasta de mim as pessoas que não sabem amar Oyá, Afasta de mim quem me julga sem se por no meu lugar Oyá, Afasta de mim esse medo de continuar Oyá, Traga os bons ventos e a sorte pra mim me curar
E se eu morrer, que seja de amor Acho que me serve a frase clichê Só tenho uma flecha eu não posso errar A morte já não pode me vencer E se eu morrer que seja de amor Acho que me serve a frase clichê Só tenho uma flecha eu não posso errar A morte já não pode me vencer
Não deixei a guerra entrar em nosso terreiro Se é nós contra nós, nós que morre primeiro Não deixei a guerra entrar em nosso terreiro Se é nós contra nós, nós que morre primeiro
Ei Eu sou teu irmão, não me olhe assim Eu sou teu irmão, não me olhe assim Eu sou teu irmão, não me olhe assim Eu sou teu irmão, não me olhe assim Eu sou teu irmão, não me olhe assim Eu sou teu irmão, não me olhe assim Eu sou teu irmão, não me olhe assim Eu sou teu irmão! Seque minhas lagrimas Seque minhas lagrimas Seque minhas lagrimas Seque minhas lagrimas
Não deixei a guerra entrar em nosso terreiro Se é nós contra nós, nós que morre primeiro Não deixei a guerra entrar em nosso terreiro Se é nós contra nós, nós que morre primeiro
Seque minhas lagrimas Seque minhas lagrimas Seque minhas lagrimas Seque minhas lagrimas Seque minhas lagrimas Seque minhas lagrimas Eu sou teu irmão, não me olhe assim Eu sou teu irmão, não me olhe assim Eu sou teu irmão, não me olhe assim Eu sou teu irmão
Compositores: Gustavo Vinicius Gomes de Sousa (Coruja Bc1), William Sung Ju Baik (Willsbife) ECAD: Obra #23349692 Fonograma #19132173