Dias de Truta

Rock Santo

Dias de Truta


Eu ando pela rua que eu moro
Sei que eu nunca incomodo
Mas preciso mudar
Já que hoje eu não tenho cigarro

Só balinha no saco
E muito pra te falar
Do jeito que caminha a trilha
Os traços da minha vida
Eu tô quieto demais

Rock santo
Deus pecado
Se eu acordo cedo
Acho que eu não tô normal

Procuro o que fazer no banheiro
Sei que não levo jeito
Pelos mapas astrais

Namoro mais um pouco o espelho
Sei que fico com medo
Se ela quer se casar
Eu temo se escrevem sem freio

O livro da minha vida
Para os meus ancestrais
Não tem nada
Que me faça
Acrediar que o agora
Nunca é tarde demais

Acordei do encanto e mágica
Deitei livre nos campos, e cadê a diva?
Queimo a fé todo dia pra levar
Leve o som, listas, lindas cores, suave vida

Escolho qual o dente eu arranco
Se o domingo não passa
E é fraco pra me matar
Espero o ladrão do meu carro

Já que está demorando
Na garagem entrar
Carrego enfiado no peito
Seus fantasmas e medos

Sem alarde e lugar
No meu canto
Incomodado
Inconformado e fraco

Até o acaso chegar
Já usei tanto o coração, dívida
Já fiz frio sozinho, longe lá
Canto o canto de eu mesmo, pra levar

Leve a vida, segue sossegado e solto no ar
Já fui o estrelinha da festa
O bonitinho da peça
E o comedor do lugar

Soluço meus pecados do peito
Minha saúde sem freio
Doida pra me levar
Eu lembro a cara dos meus amores

Quase todos os nomes
E o jeito de acordar
Eu sou o encosto
O lado oposto
Sempre pronto
Se eu resolver me mudar

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