Quando navego em meu bote de madeira Nas correntezas do velho rio Ivinhema Em suas praias eu avisto as lavadeiras E entre elas uma linda flor morena
Batendo roupa ou areando panela Essa donzela de feição meiga e serena Não imagina a paixão deste barqueiro Que atravessa o dia inteiro a pensar nessa pequena
É que a morena Após a lida no rio se banha E o sol da tarde beija seu corpo Que mais parece um perfil de flor
E a garça branca Mais que depressa pra longe voa Talvez por ciúmes dessa cabocla Que já é dona do meu amor
Ela me chama de barqueiro amoroso E acenando seu lencinho perfumado Brota em seu rosto um sorriso vergonhoso Essa magia mais me deixa apaixonado
E junto dela numa rede de taboa Não me enjoa ver dois seios sedutores Me enlouqueço, quase morro de desejo E assim então me vejo mais aflito em dissabores
É que a morena Após a lida no rio se banha E o sol da tarde beija seu corpo Que mais parece um perfil de flor
E a garça branca Mais que depressa pra longe voa Talvez por ciúmes dessa cabocla Que já é dona do meu amor
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
Compositores: Osvaldo Franco (Dino Franco), Oswaldo de Andrade Filho ECAD: Obra #6381426