Será que já raiou a liberdade? Ou se foi tudo ilusão?
Será que a lei áurea tão sonhada Há tanto tempo assinada Não foi o fim da escravidão? Hoje dentro da realidade Onde está a liberdade Onde está que ninguém viu, moço Não se esqueça que o negro também construiu As riquezas do nosso brasil
Pergunte ao criador Quem pintou esta aquarela Livre do açoite da senzala Preso na miséria da favela
Sonhei que zumbi dos palmares voltou A tristeza do negro acabou Foi uma nova redenção
Senhor eis a luta do bem contra o mal... contra o mal Que tanto sangue derramou Contra o preconceito racial
O negro samba, o negro joga a capoeira Ele é o rei na verde-rosa da mangueira
Lalaraiá
Carnaval Doce ilusão Dê-me um pouco de magia De perfume e fantasia E também de sedução Quero sentir nas asas do infinito Minha imaginação Eu e meu amigo Orfeu Sedentos de orgia e desvario Cantaremos em sonhos Cinco bailes na história do rio Quando a cidade completava vinte anos de existência Nosso povo dançou Em seguida era promovida a capital A corte festejou Iluminado estava o salão Na noite da coroação Ali, No esplendor da alegria A burguesia Fez sua aclamação Vibrando de emoção Que luxo, a riqueza Imperou com imponência A beleza fez presença Condecorando a independência Ao erguer a minha taça Com euforia Brindei aquela linda valsa Já no amanhecer do dia A suntuosidade me acenava E alegremente sorria Algo acontecia Era o fim da monarquia
Compositores: Yvonne Lara da Costa (Dona Ivone Lara), Antonio Domingues de Oliveira (Bacalhau), Silas Oliveira de Assumpcao (Silas Oliveira) ECAD: Obra #59063 Fonograma #605057