Fui chamado pra cantar Numa festa de rodeio Na hora que entrei no palco E fiz o primeiro ponteio Vi uma moça bonita Com um vestido vermelho Um decote acentuado A barra pra cima do joelho O vestido era bonito Mais bonito era o recheio Cantei um verso pra ela Num gesto de galanteio
Um peão enciumado Foi falando ali do meio Se aproximar dessa moça Vai haver um tiroteio Seu violeiro atrevido Que nem sei de onde veio Vou te dar uma lição E quebrar o seu galeio Te ensinar como é que canta Galo no terreiro alheio Violeiro da sua marca Costumo cortar de reio
Respondi com muita calma Esse seu gesto é tão feio Ciúmes e arrogância São duas coisas que odeio Eu não sou homem valente Também não tenho receio Pareço um touro selvagem Difícil é chegar no esteio Sou um potro redomão Que nunca aceitou arreio Se não retirar o que disse Sua cara eu estapeio
O peão me olhando firme Respondeu de peito cheio Minha palavra é uma só Por ela eu luto e peleio Quero domar esse potro Vou por a sela e o freio Nessa hora eu percebi Que o negócio estava feio Um bando de cabra armados Prontinho pro bombardeio Tive que deixar por menos Pois não havia outro meio
Naquele exato momento Um pensamento me veio Fiz igual goleiro bom Quando o jogo é de troneio Se não dá pra segurar Ele joga pra escanteio Dei um repique na viola Exibindo alguns meneios Consegui me escapar Depois de alguns volteios Naquele lugar eu juro Não volto nem a passeio
Compositor: Edson Camargo de Oliveifra (Edson Camargo) ECAD: Obra #34208559 Fonograma #35915555