Aonde eu moro
Quando chega o mês de agosto
Sinto um desgosto
Me apertando pouco a pouco
Sinto em meu rosto
Deslizar amargas lágrimas
Que enchem de mágoa
Meu coração de caboclo
A Lua cheia
Luz divina que arrebata
Manto de prata
Que envolve a amplidão
A brisa mansa
E o murmúrio da cascata
Quase me matam
Trazendo recordação

A caboclinha
Que um dia foi embora
Talvez agora
Também chora por querer
Como eu a quero
E desde que a vi partindo
Seu rosto lindo
Nunca mais tornei a ver
Não tenho mais
Aquela mesma alegria
A nostalgia
Dia a dia me desfaz
Ficaram frias
As madrugadas de serestas
Noites de festas
Que não voltam nunca mais

A primavera
Quando surge colorida
Toda Florida
Aumenta mais meu dissabor
Olhando as flores
Com tristeza ainda me lembro
Foi em setembro
Que perdi meu grande amor
Quem sabe um dia
Essa mesma passarela
Que levou ela
E me deixou na solidão
Traga a de volta
Como volta a primavera
Ainda mais bela
Para alegrar meu coração