Edu Lobo
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Decididamente

Edu Lobo


Decididamente, eu não sou gente
Eu sou um ente incompetente, mal acabado
Eu infelizmente não consigo nem sequer ser um mendigo
Dá tudo errado

Deus, quando me fez, devia estar muito invocado
Ganhou o campeonato de fazer nego sofrer
Um urubu pousou na minha sorte
Eu nasci pra boi de corte
Deu cupim no meu viver

Sábado passado quando eu vinha
Uma zinha " da pontinha"
Fez uma linda carinha para mim
Eu, aí, peguei minha pessoa
E fui andando para a boa
Na esperança de um domingo menos ruim

Pois, amigo, que é que é que você acha
Vou e levo uma bolacha
De um frajola que eu não sei de onde surgiu
E, que além de tudo, não contente
Me mandou apenasmente
Para a puta-que-pariu

Quando você está mesmo sem sorte
Nem a vida e nem a morte
Querem nada de saber de você, não
Você pode estar morto, defunto
E vêm os vermes todos juntos
Lhe pedir pra não seguir a refeição

Chega o dia e a vida está tão chata
Que você pega e se mata
Dá um tiro que parece de canhão
Mas a sua sorte é tão ingrata
Que êle sai pela culatra
Com licença da expressão

Compositores: Marcus Vinicius da Cruz de Mello Moraes (Vinicius de Moraes), Eduardo de Goes Lobo (Edu Lobo)
ECAD: Obra #127631

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