Coração Que trabalha no peito de um compositor Hoje eu vim te falar de motor pra motor Te contar o que se passa do peito pra fora Sofrido coração Brincadeira tem hora e agora é o limite E acredite que o teu proceder me apavora Já não tens mais idade pra tanta emoção
Coração Que rege o batuque ao bater da batuta Que reage no muque à censura à conduta Não espere num truque que alguém te socorra Não corra, coração Modere tua garra, não mate, não morra Teu eletro é uma farra, parece gangorra Lembra bem que a cigarra só dura um verão
Coração És o réu condenado por tantas paixões Inocente e culpado nas desilusões Tens a fama de tolo, infiel, vagabundo Bandido coração Inibido, traído, teimoso e alado O refrão repetido, o refém bem tratado Nos versos e rimas de tantas canções
Rebenta, coração De alegrias, tristezas, te faz em pedaços Que amanhã os garis varrem teus estilhaços Nos Morumbas, Maracas e nos Mineirões
No fundo, coração Tens que honrar a função de ser braço direito O xodó, o patrão, o amigo do peito O operário padrão que fabrica emoções
Aguenta, coração E sustenta tua sina como um estandarte Se amanhã tu te calas de angina ou de enfarte Cantarão pra lembrar-te mais mil corações
Compositor: Augusto Cesar Nastari Brunetti (Augusto Cesar Brunetti) ECAD: Obra #1116464 Fonograma #815240