Já conheço os passos dessa estrada Sei que não vai dar em nada Seus segredos sei de cor Já conheço as pedras do caminho E sei também que ali sozinho Eu vou ficar tanto pior O que é que eu posso contra o encanto Desse amor que eu nego tanto Evito tanto e que no entanto Volta sempre a enfeitiçar Com seus mesmos tristes velhos fatos Que num álbum de retratos Eu teimo em coleccionar Lá vou eu de novo feito um tolo Procurar o desconsolo Que cansei de conhecer Novos dias tristes, noites claras Versos cartas minha cara Ainda volto a lhe escrever Para lhe dizer que isso é pecado Eu trago o peito tão marcado De lembranças do passado E você sabe a razão Vou coleccionar mais um soneto Outro retrato em branco e preto A maltratar meu coração
...Deixe em paz meu coração... que ele é um pote até aqui de mágoa e qualquer desatenção faça não... pode ser a gota d’água...
...Meu coração não se cansa de ter esperança de um dia ser tudo o que quer...
Quero ser vagabundo viver sem ninguém e ser dono do mundo na ilusão de ser alguém a vagar por aí sem destino certo ver o que ainda não vi, olhar o céu que está tão perto... vagabundo eu sou ave sem ninho pela vida eu vou vivo sozinho... sozinho...
Compositores: Antonio Carlos Jobim, Francisco Buarque de Hollanda (Chico Buarque) ECAD: Obra #8015010 Fonograma #281297