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Cartilha do Ódio

Facção Central


O cataclismo estelar originou os planetas, o cataclismo social originou o capeta.

Que não quer só o caminhão da zona franca de Manaus, quer pegada em persa no seu Taj Mahall.

O boy me ensinou a ter cifrão nos olhos, que vale a mentira da arma química pelo petróleo.

Que o suéter é confortável pro executivo, mesmo com o algodão colhido por mãos escravas de meninos.

Que não é indigesto o suco de laranja natural, com o sabor da exploração da criança sem digital.

Que a aids não tem cura porque não é negócio, o coquetel é a alegria dos laboratórios.

Não vai ligar quando a FMK 2, explodir as coberturas de 5 milhões do ltaim Bibi.

Com o sistema de inteligência do Leonardo Senna, com puta afogada na hidro acionada por telefonema.

Imagina eu de charrete em Campos do Jordão, aproveitando a estação comendo seu coração.

Também apoio a sua segregação social, só que eu de cavalo árabe e você no funeral.

Sei que a conquista tá no topo da montanha de cadáver, que não é só vampiro que vive de sangue no cálice.

Aprendi como seu palácio de Bankhan é construído, que as lágrimas são o diesel da X5.

Que pra puta ter biquíni de pérola de água doce, meu olfato tem que se acostumar com o córrego podre.

2012, torci pelo sonho olímpico pro Brasil mostrar pro mundo sua medalha de cinismo. Ia ser o atleta nos 100 metros rasos, deixando com a língua pra fora o turista enforcado.

Se o sangue é moeda corrente do seu capitalismo selvagem. Deixa o herdeiro moscar na Lan House, jogando Counter Strike.



Deita porra, quero dólar, brilhante, gargantilha, tô seguindo os capítulos da sua cartilha.

Pedra no pé, te jogo no mar, sem pista pra polícia, seu sangue no cálice é a vitória, como prega sua Bíblia.





Imitando o caçador que na parede expõe sua presa, o Brasil expõe sua caça em jaulas na cadeia.

A espingarda não atira em pato e o labrador vai buscar, o cão policial trás o bebê de calça plástica.

Quando gritam ele tá armado não tem nem garrucha, gambé faz teatro pra por luva cirúrgica.

Sente o prazer de um veado sendo penetrado a milhão na lombada com o corpo baleado.

É a pena capital extra oficial, mais não é suficiente, rico quer cadeira elétrica, olho pulando de inocente.

Tem que cortar o ramo podre pra árvore sobreviver, da sua cartilha aprendi todo o ABCD.

Aqui o Estevão não reza por quem o apedreja o sândalo aqui não perfuma a serra elétrica.

Com sangue compra geladeira inox da Brastemp, pra abrir o freezer e encontrar pedaço de parente.

É a lei de reciprocidade maquiavélica, os mil graus centígrados no seu corpo são os que queimam a favela.

Quero ir pra faculdade seguir sua doutrina, seguir os passos do teu filho, construir arma química.

Imagina eu inaugurando meu condomínio de concentração, com sua raça, colocando gás letal no pulmão.

Te colocando pra ganhar indulto de ano novo, matando os carcereiros e saindo no cavalo doido.

Será que somos a única espécie em 10 milhões que raciocina? Nunca vi anta com arma ou mutilando com mina.

No mandamento do boy, cruz é fonte de renda, a fé é o bispo comendo criança na igreja.

Jesus quando voltar eu te empresto a minha quadrada cê enquadra, e eu crucifico quem traiu sua palavra.

Você morreu por quem mata o pai na paulada se dormir, pra herdar a construtora, o helicóptero colibri.



Deita porra, quero dólar, brilhante, gargantilha, tô seguindo os capítulos da sua cartilha.

Pedra no pé, te jogo no mar, sem pista pra polícia, seu sangue no cálice é a vitória, como prega sua Bíblia.

Compositor: Carlos Eduardo Taddeo (Eduardo)
ECAD: Obra #3243721 Fonograma #1109035

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