Filipe Ret
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Canto da Sereia / Jamais Serão

Filipe Ret


Quando o mar vier
Trará nas águas uma mulher
Ela vem como quem não quer
Além de alguém que lhe trate bem

Fêmea fatal, capital do pecado
Delírio carnal, coração gelado
Beleza que distrai o mais firme jogador
Veneno que se extrai do amor

Rosa sinuosa sem espinho aparente
Se os olhos não veem, o coração não sente
O perigo iminente, não te olha, te escaneia
Viúva negra tece sua teia, pra ceia, passeia

Os sete mares, musa da areia
Sete males na veia, o encanto da sereia
Que te doma, sodoma e gomorra
Medusa te cega, vira pedra

Tudo vira pedra, sem valor
Só vaidade de merda, cê nega que te dominou
Mas Deus te deixou só
E dela só restou o pó, só restou o pó

Ouve e dá razão enquanto ela fala

Medusa dos mares, a musa de olhares
Vejo brilho singulares que me levam a lugares
Nunca antes navegados, no seu olhar vejo pecado
Minha mente pensa em vão, quando eu vi to do seu lado

Então me sinto leve na neve, piso macio
Decolo como ultra leve no frio passando rente nos fios
Ela é gostosa demais, ela é bonita demais
Sua energia me traz o instinto louco de um animal voraz

Atrás de sua fêmea, cheirando seu cangote
Caprichando na resenha, querendo dar o bote
Esperando com a senha, com um golpe de sorte
Acerto o fogo com a lenha

E ela canta intercalando os gemidos
Os seus valores, claro, foram corrompidos
Ela ativou os seus sensores de libido
Tu vai gamar mesmo que tu seja bandido

Ouve e dá razão enquanto ela fala

Hey, quando o mar vier
Trará nas águas uma mulher

Ela vem como quem não quer, além
Ela vem como quem não quer, além
De alguém que lhe trate
De alguém que lhe trate bem

Nesse mar de concreto, reproduz ilhas de capri
Prédios são rochedos, ela canta e exala charme
Armas são o canto, a flauta, a lira
Me ganha no encanto, na falta, pira

Tragam cera pros ouvidos de homero
Mas sua melodia é demais
E eu quero mais!
Mentes eternizam o que sentidos somatizam
Se os olhos idealizam, corações realizam

Entre os drinks, sexo, coisas
Noites babilônicas me usa, ousa!
Filha de calíope, arma útil do desejo
Tá na pele, me fere
Ela é sutil como um beijo

Cada esquina uma ideia, cada praia uma odisseia
Ela tem o que me anseia
Sonhos desse mundo são, castelos de areia e vão
Desmanchar quando cair no canto da sereia

Ouve e dá razão enquanto ela fala

Cê quer uma dica?
Não aposta se eu tiver na mesa
A sorte é vaga, a vida é uma caixa de surpresa
É que meu bairro cobra se eu fico na defesa
Então, mãos a obra, pra frente com a empresa
Eu vou sempre atrás do meu, porque o azar é mundano
Se eu to atrás do meu sonho, não tem mudança de plano
Marujo, sei me virar muito bem nesse jogo sujo
Caí e me levantei, não me entreguei seus dito cujos
Agora eu tô com o ttk, suquinho de framboesa
A mais linda do meu lar e eu levo a vida na pureza
Os amigos vão chegar, pra afastar as incertezas
Com aquele pra torrar, la fruta na holandesa
Eu to num start distante, um litro de cachaça
E uma caixa de blunt
Embrasar... brasa... chapar... chapar... ráá
Eu to na paz de gandhi

Eu me eternizo em cada som
A emoção tem razão
Os que querem ter
Jamais serão
Eu me eternizo em cada som
A emoção tem mais razão
Os que querem ter
Jamais serão

Nós não somos iluminados, nós iluminamos
Cantando o futuro, igual nostradamus
A altinha fluiu, o sol brilha no brejo
Numa margem, dessa guerra de ego
Os muleques são foda, aqui não tem macete
Sente o flow que dá nó a um milhão por hora
Embarque, meu presente é meu auge, eu tô melhor agora
Desce um drink que eu já não caibo em mim
Aperto um finin, porque que a gente é assim
Seguro, headshot, sente a vingança
Sain, ret e shock, mantendo a distância neguim
O inimigo balança, não aguenta
Guerreiro não descança, o ttk nemá
Minha interessância que está além da sua curiosidade

Eu me eternizo em cada som
A emoção tem razão
Os que querem ter
Jamais serão
Eu me eternizo em cada som
A emoção tem mais razão
Os que querem ter
Jamais serão

Aí caíram do catete pra pilares
Mas antes, passar no graja, ali nos meus familiares
Só to no aguarde do meu parelha de t. ré
Ele pegou 298, e ainda tá no jacaré
Dentro da toca é só maluco
Curtindo um quasimoto
E eu descendo voadão com o mãoli de copiloto
Eu confiei e segui suas coordenadas
Até que eu brotei numa margem modificada
E lá quando tu aperta start, é uma arte
Prova para os adversários que tá pronto pro combate
Sem empate, eu tenho um arremate, boto o shadow de frente
Reforço o meu cartel com os mc's competentes
Diz que tu não sente, frio na barriga
Quando simplesmente, não tem mais saída
Pra mim, missão dada é missão cumprida
Se a responsa tá no porte, ela não vai ser transferida
Jamais

Eu me eternizo em cada som
A emoção tem razão
Os que querem ter
Jamais serão
Eu me eternizo em cada som
A emoção tem mais razão
Os que querem ter
Jamais serão
Compositores: Filipe Cavaleiro de Macedo da Silva Faria (Filipe Ret) (UBC), Henrique Paes Lima (Maoli) (UBC), Stephan Affini Peixoto (Sain) (UBC), Valdomiro Fonseca Santos da Silveira (Que Cho) (UBC)Editores: Pommelo Distribuicoes (UBC), Brazil Deluxe (ABRAMUS), Tudubom Records (UBC)Administração: Warner (UBC)Publicado em 2014 (06/Mar) e lançado em 2011 (14/Dez)ECAD verificado obra #35119132 e fonograma #5742015 em 21/Abr/2024 com dados da UBEM

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