Gerson Brandolt e Beto Villaverde

Descarnado

Gerson Brandolt e Beto Villaverde


O dia vinha clareando prometendo ser comprido
Saí assoprando no ouvido de um rusilho descarnado
Mas do queixo calejado e refugado por bandido

Foi na pegada que eu disse,entre risos deboxando
Quem ganha a vida peonando se governa nos arreios
Abaixo de espora e relho,se tem quatro patas eu ando

Coitado louco de fraco, e com os "vazios"la no fundo
Querendo achicar o "matungo" atropelei num sentado
Que coiceou e caiu dobrado,falando forte pra o mundo

Vamo embora seco "véio" trato bem quem é mimoso
Mas pra ti,caco tramposo que tens a fama de mau
Te esfolo a cabeça a pau e esfrego os garrão no toso

Saltava esterco com barro da"donde" ele se afirmava
Num contratempo eu soltava meu trançado sem ponteira
Gritando viva a fronteira de um rebencaço que dava

Daí a pouco se deu volta,que baita golpe eu tomei
Atordoado levantei vendo minhas rédeas de arrasto
Achei a cincha e o basto e o resto nem procurei

Sigo lidando na estância,sem vontade contrariado
Vendo o basto pendurado me lembro do caborteiro
Mas vou seguir de caseiro bem longe do descarnado

Compositores: Glademir Teixeira Nunes (Passarinho Teixeira Nunes), Gerson Brandolt Fagundes, Carlos Alberto Melo de Oliveira (Beto Vilaverde)
ECAD: Obra #6380272 Fonograma #2481899

Letra enviada por Carlos Henrique Costa

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