O globo divido em glebas Lobos, jerebas e guebas Tentando sobreviver Tudo era muito distante Mas, era o globo um gigante Tranqüilo pra se viver
Mas ele ficou pequeno E foi destilando veneno Ninguém mais pode conter Os lobos ficaram famintos Revelando seus instintos Fome de fama e poder
E viraram serpentes, aves de rapinas Pra guebas, jerebas e tudo domar Bestas do apocalipse, lobos do holocausto A dança do lobo pra silenciar
Sacerdotes e magos, também curandeiros E visionários com seus rituais Inventaram demônios e mil divindades Zil barbaridades em nome do pai
Inquisição, nova dança Muitos na ponta da lança Não foi poupado ninguém Que não entrasse no jogo E foi muito bicho no fogo Que não dissesse amém
E os lobos fizeram lobbies Cada dia mais esnobes Uma ambição sem igual Ora um desce, outro sobe Outros que ora-pro-nóbis Permissão celestial Predadores modernos e sofisticados Com sites, e-mails, lobos virtuais Lobo dá e lobo toma bolo de outro lobo Pra nosso consolo, é gozado demais
E é dente-por-dente, é olho-por-olho Tornando-se cada vez mais canibais Traduzindo seus uivos em muitas linguagens Entrando pra era dos lobos globais
Já corroeram as artérias Desintegraram a matéria Ferocidade animal Nadaram na sopa quântica Miragem antropomântica Viagem doida pro caos
Galopei pelo universo Montado nesses meus versos Sem conseguir explicar Os nossos cinco sentidos Tão limitados não sabem Onde isso tudo vai dar