Quero deixar uns pedidos Já gravem bem na memória Quando eu ir para o céu Que findar a minha historia Vou cantar versos pra os anjos Pra todo reino da gloria
(Que em cada reza Façam um grande sóvel Que eu possa subir por ele Até na porta do céu
Porque Deus há de ouvir A reza que o povo fez E eu de lá hei de cantar Versos lindos pra vocês)
E o meu primeiro pedido Agora vou declarando Quero uma cavalaria Meu enterro acompanhando O povo batendo palmas E uma sanfona chorando
Na hora de me velar Quero quatro candeeiros Devidamente pilchados Meus amigo e companheiros E quero ser enterrado Bem ali no meu potreiro
(Em roda do meu jazigo Deixem crescer o capim Um ou dois cavalos amigo Pastando em roda de mim
Não me ponham na parede Porque é contra o meu querer Me ponham na terra virgem Que me ajudou a crescer)
Não é preciso haver choro Que todos pensem assim Quero dois índios trovando No dia que eu tiver fim E o que eu cantei por vocês Quero que cantem por mim
(Amigos estes convites É pra o fim da minha vida Quero cantiga à vontade Que corra frouxa a bebida
Bebam cantem mas não briguem E respeitam o meu defunto Para evitar que eu me alerte E saia peleando junto)
E o meu ultimo pedido Atendam com devoção A bandeira do rio grande Enrolem no meu caixão
E um letreiro na cruz Que vai cravada no chão Aqui descansa um gaúcho Que honrou a tradição
Vamô encerra a porteira amigo!
Compositor: Leovegildo Jose de Freitas (Gildo de Freitas) ECAD: Obra #7878342 Fonograma #2372557