Guinga
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Canção Desnecessária

Guinga

Noturno Copacabana


Enlace o meu silêncio
E valse a valsa avessa
Que te fiz em pranto.

É valsa em si contrária.
Só pisando em falso
Se pressente o chão.

A música ilusória
Quase te atravessa
Sem você dar conta.

E tanta antimatéria
Sem querer se apossa
Do seu coração.

Esqueça o tempo então
E valse um sentimento
Por dentro a valsa esquece o som
Extemporânea
Imaginária
Etérea como o amor
Até quem sabe o Grande Amor!
Amor que vem na valsa
Mas que só se confessa
Quando a valsa cessa
Amor.

Abrace o precipício
E valse a valsa imersa
Num silêncio insano.

É valsa involuntária
mansa em seu ofício
de soar em vão.

Canção desnecessária
Quase sempre acessa
Seu fundo oceano.

Se você perde o senso
Nasce na memória
Súbito salão.

Esqueça o tempo então
E valse um sentimento
Por dentro a valsa esquece o som
Extemporânea
Imaginária
Etérea como o amor
Até quem sabe o Grande Amor!
Amor que vem na valsa
Mas que só se confessa
Quando a valsa cessa
Amor.

A sorte está lançada
A valsa está cansada
Logo vai cessar.

No próximo compasso
Vai sumir no espaço
Vai se dissipar!

Enlace o universo
E valse a valsa imensa
Que te fiz sonhando.

Por mais que não pareça
nessa valsa avessa
Pulsa um coração.

Compositores: Carlos Althier de Souza Lemos Escobar (Guinga), Mauro Martins de Aguiar (Mou Aguiar)
ECAD: Obra #1060508

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