Eu alembro e tenho saudade Do bão tempo que eu passava No tempo que eu fui valente, ai O pessoár me arrespeitava
Sempre eu era reliento Em toda festa que eu chegava Alembro de uma ocasião Que o pessoár sempre me contava
Fiz corrê quatorze home De medo tudo gritava Comigo fazia os quinze Que na frente até avuava Corria mais do que os outros E nenhum não me arcançava
Sempre eu era de sorte Porque Deus me ajudava Todas briga que havia Sempre eu que apartava
O pessoár já conhecia Perto de mim ninguém brigava A canela do mateiro Seguidinho eu emprestava
Eu via briga formada E garrucha quando lumiava Se saía argum tiro Lá de longe eu escuitava Nunca eu fui testemunha Que nesta hora eu não tava
Depois fiquei domadô Mas é tempo que eu gozava Empreguei numa fazenda Os peão que tinha tudo eu cinzava
Eu vivia de reserva E de mim tudo ciumava Esses burro empacadô Sempre a barda eu que tirava
Quando era redomão Logo eu desabusava Se o burro era queixudo Na hora que empacava Só pra não ficá bardoso Eu apeava e puxava
O patrão me despachou Falou que eu não atacava Disse que eu não era peão Pra lida eu não prestava
Eu fiquei louco de reiva De tanto que ele insurtava Eu ranquei do meu revórve Que na cinta eu carregava
Depois vieram me agradá Pensando que eu atirava Nunca vi que viage triste E a vergonha que eu passava Quando eu via boi no laço Nem lá perto eu não chegava
Compositores: Amado Jacob (Amado Jacozinho), Antonio Jacob (Jaco) ECAD: Obra #54516 Fonograma #264399