Não suportando mais o peso da idade Um pobre velho já cansado de sofrer Chamou seu filho e com lágrima nos olhos Disse pra ele muito em breve eu vou morrer Deus me chama vou partir pra eternidade Está chegando a minha hora derradeira Filho querido por lembrança de seu pai Vou lhe deixar esta muleta de aroeira
Porém o moço todo cheio de ironia Disse ao velhinho com o gesto de homem mal Já que o senhor não vai deixar nenhum dinheiro Pra que me serve este pedaço de pau Pois eu sou moço e preciso de riqueza Para a vaidade das mulheres sustentar E o senhor pode morrer bem sossegado Sua muleta ninguém mais vai ocupar
Um certo dia o castigo do destino Sem esperar aquele moço recebeu Num acidente de automóvel na estrada Uma das pernas para sempre ele perdeu Os seus amigos e as mulheres lhe deixaram Sua vaidade para sempre se acabou Por mãos de outros teve que voltar ainda Pra mesma casa que um dia desprezou
Chegando em casa descobriu que o velhinho A este mundo já não pertencia mais Chorou de dor vendo a casa abandonada Sentiu remorso do que fez ao pobre pai Hoje ele vive se arrastando pelas ruas De porta em porta implorando a caridade E a muleta que o velho pai deixou É quem ajuda caminhar pela cidade
Compositor: Leonildo Sachi (Leo Canhoto) ECAD: Obra #3472963 Fonograma #1321522