Vida de um caçador é um viver gozado Naquele sertão pra quem é inclinado Anta e Cateto tem pra todo lado Naquelas montanhas lugar cultivado De besta trançando, de rastro de veado Domingo e dia santo eu fico animado Eu trelo os cachorros e apronto o virado E toco a buzina meio arrepicado É cachorro que uiva na trela amarrado
Eu saio cedinho, bem de madrugada Deixo rastro fresco na areia molhada Eu solto os cachorros e vou pra cilada A minha espingarda já está preparada Com bucha de cera e bem carregada Escuto o tropel da minha cãozada O bicho levanta, vem na disparada Mateiro amarelo no pula picado Eu atiro ele cai bem no meio da estrada
A buzina é metal, do bocal arcado Patrona de couro de tigre pintado Espingarda vinte e oito do cano troxado Facão jacaré bem embainhado Cavalo Pitico hoje vai lotado Tenho no arreio dois tentos engraxados Ponho na garupa vem atravessado O Petiço traz o mateiro amarrado Vem pingando sangue onde foi chumbado
Eu toco a buzina, chamando a cãozada, ai ai Chega de um a um é o final da caçada, ai ai
Compositores: Amado Jacob (Amado Jacozinho), Moacyr dos Santos ECAD: Obra #6383201 Fonograma #661771