Meu patrício Aí foi o mate Vá chupando despacito Que é triste matear solito Quando a velhice nos bate Por isso, neste arremate Que chegou no arrepio Meu velho peito vazio Que já teve tanta dona Ressonga que nem cordeona Nos bailes de rancherio
Não é que me falte fibra Nem firmeza no garrão Pois meu velho coração Bem com passado ainda vibra Quem gastou libra por libra Da sorte fazendo alarde Não cala por ser covarde Nem chora por ser manheiro Lamenta el sol verdadeiro Que vai burcando na tarde
É a saudade Essa punilha Que vai nos roendo canal Esse caruncho infernal Que fura até curunilha É a derradeira tropilha Da vida martironiada Que chegando ao fim da estrada Se dá conta num segundo Que veio e vai deste mundo Sofrendo a troco de nada
É triste matear sozinho De tarde ou de madrugada Amargando a paleteada De algum passado carinho Como dói lembrar o ninho Que o tempo levou na enchente Mas porém deixou semente De tristeza e de amargura Pra reviver a ternura De alguém que já foi da gente
É por isso meu Patrício Que não mateio solito Embora o verde bendito Pra mim seja mais que vício É o meu último munício Que não despenso, nem largo E peço a Deus Sem embargo Da xucreza do meu canto Que no céu Me guarde um santo Parceiro pra um mate amargo