Tirador velho curtido manchado de sangue fresco Meu avental gauchesco que apresilho pacholento Ăs o rude paremento do meu ritual camponĂȘs Que arrasto com altivez nas catedrais do relento
Teu flecos de meio palmo lado a lado sem emenda Fazem às vezes de renda entropilhados na barra E cantam que nem cigarra fazendo acompanhamento Quando o laço barulhento cai num pealo de cucharra
Por isso meu tirador cada vez que te apresilho Viro de novo a potrilho e me vem aquela ùnsia De me largar na distùncia contigo, o pingo e o laço Pra desentrevar o braço nalguma lida de estùncia
E ao te amarrar nas ilhargas meu rude traste campeiro Eu me paro mais faceiro do que chinoca de brinco E a cada pealo que finco ouço teus flecos proseando Como que rememorando potreadas de 35
E quanto rio campo afora bandeei pra o lado de lĂĄ Fazendo xaraxaxĂĄ contigo meu tirador Na culatra ou de fiador tapado de espuma branca Sempre batendo na anca do meu pingo nadador
Por isso quando esta vida nos rebentar de um tirĂŁo No fundo do meu caixĂŁo serĂĄs o pano bendito Porque tu traste esquisito que sempre amei com violĂȘncia Ăs a lonca da querĂȘncia que eu levo pra o infinito!