Meus amigos vou contar, eu vou contar para vocês Uma historia muito triste, a história de Maria Inês Era casada com Antônio de Muringa Que tomava muita pinga e ficava trololó Chegava em casa lhe enchia de porrada Ficava toda inchada e o ódio começou a subir Foi pra cozinha pegou a faca de corte Tava cheirando a morte e ela começou a esfaquear E cada golpe que Maria dava, lembrava de uma porrada Que vivia a receber e cada corte que Maria fazia Lembrava da agonia sua alma num vai esquecer Matô, matô, matô pra se salvar
Pegô a mula que já estava velhinha Foi bem de madrugadinha ela teve que fugi E o delegado de Muringa era o Tonhão O azar dessa Maria ele era do Antônio irmão E ele foi atrás dessa muié muito mais pela vingança Do que pela justiça e ela ficou de mutuca no morrinho E quando o Tonhão passou, ela pulô no seu pescoço Tirô a faca da cintura e furô aquele moço Que era irmão do seu marido que acabara de matar Matô, matô, matô pra se salvar
E todo mundo da cidade de Muringa Ficou com muito ódio da mulher que só matava E os home se juntaram lá no morro Eram mais de 30 cabra, tinha também uns cachorro E foram atrás daquela mulher maluca que tava com o demo Mais feroz que um cão, foi ela que matô João Augusto, o Antônio seu marido E também matô Tonhão, encontraram ela lá no matagal Fazendo uma fogueira pá comer um tal calango Clango tango do calango da lacraia Os home puxaram a faca pá matá Maria Inês
Maria Inês pegou a faca E falou pá todo mundo, eu me mato ninguém me mata Pegô a faca na frente de todo mundo E se matô cortando seu pescoço E os home ficaram tudo olhando E ficaram perguntando porque existe tanta dor Morreu, morreu, morreu pá se salvar.