Borzeguim, deixa as fraldas ao vento E vem dançar E vem dançar Hoje é sexta-feira de manhã Hoje é sexta-feira Deixa o mato crescer em paz Deixa o mato crescer Deixa o mato Não quero fogo, quero água (deixa o mato crescer em paz) Não quero fogo, quero água (deixa o mato crescer) Hoje é sexta-feira da paixão sexta-feira santa
Todo dia é dia de perdão Todo dia é dia santo Todo santo dia Ah, e vem João e vem Maria Todo dia é dia de folia Ah, e vem João e vem Maria Todo dia é dia O chão no chão O pé na pedra O pé no céu
Deixa o tatu-bola no lugar Deixa a capivara atravessar Deixa a anta cruzar o ribeirão Deixa o índio vivo no sertão Deixa o índio vivo nu Deixa o índio vivo Deixa o índio Deixa, deixa
Escuta o mato crescendo em paz Escuta o mato crescendo Escuta o mato Escuta Escuta o vento cantando no arvoredo
Passarim passarão no passaredo Deixa a índia criar seu curumim Vá embora daqui coisa ruim Some logo Vá embora Em nome de Deus é fruta do mato
Borzeguim deixa as fraldas ao vento E vem dançar E vem dançar O jacu já tá velho na fruteira O lagarto teiú tá na soleira Uirassu foi rever a cordilheira
Gavião grande é bicho sem fronteira Cutucurim Gavião-zão Gavião-ão Caapora do mato é capitão Ele é dono da mata e do sertão Caapora do mato é guardião É vigia da mata e do sertão (Yauaretê, Jaguaretê)
Deixa a onça viva na floresta Deixa o peixe n'água que é uma festa Deixa o índio vivo Deixa o índio Deixa Deixa
Dizem que o sertão vai virar mar Diz que o mar vai virar sertão Deixa o índio Dizem que o mar vai virar sertão Diz que o sertão vai virar mar Deixa o índio
Compositor: Antonio Carlos Jobim ECAD: Obra #3026 Fonograma #7650